Nosso ateliê! Neste mafuá, nos perdemos, viajamos, encontramos sonhos, cores, imagens, texturas, narrativas, causos... bodes, coelhos, caveiras, princesas, bruxas, ratos, borboletas... a lista é imensa. Até agora, costurando desde 2001, somam-se 40 tapetes de histórias. O ateliê é aberto a visitas, mas só para os corajosos e xeretas! (costurando@costurandohistorias.com)
Nosso processo de criação de um tapete é mais ou menos assim: nasce sempre de uma boa história/livro, de um desejo ou escolha a partir de um tema, ou de um convite. Estudamos a narrativa escolhida, projetamos os desenhos do cenário (tapete) e desenhamos os moldes dos personagens. Depois, viajamos pelo Saara (Centro comercial popular do Rio de Janeiro) para encontrar os panos. Tateamos cores, estampas... Juntamos os retalhos encontrados aos que temos no ateliê, muitas vezes provenientes de doações, e partimos para as costuras. Quando encontramos um tecido especial, sem destino certo, ele fica a espera da história... É assim que as sobras do vestido de gala de uma gentil e elegante senhora puderam, um dia, enfeitar uma bela ratinha. Alguns livros ficam na fila esperando para serem tapeteados... temos vários. Outros furam a fila na maior cara de pau... eles estão pedindo para virarem tapetes! Bem juntinho ao pé do ouvido, escutamos: "... é a minha vez!" Acreditamos que existe o momento ideal para que cada história chegue até a máquina de costura em nosso ateliê, repleto de vozes. Elas saem dos tapetes, dos livros, das nossas cabeças e das nossas tagarelices, pois, é claro, fuxicamos sem parar nestes dias de arte. Mas quando a tarefa fica difícil, o silêncio pede para chegar. É preciso encontrar as melhores soluções para as trajetórias, nem sempre fáceis. Unir contextos que, às vezes, chegam todos retalhados... Algumas narrativas são bem exigentes. É um processo muito prazeroso. Nele, o tempo parece ser outro. O das aventuras. Não temos uma rotina diária de criação e costura. Intercalamos, na realização de nossas atividades, costura, contação de histórias, ensaios e pesquisa. Existem períodos de criação e confeção. Geralmente, são intensos. Nestes dias, não temos contações marcadas e nossos filhos ficam com as avós, ou passeando pelos meios dos panos, dando idéias e testando as criações. Os maridos acompanham, torcendo e dando pitaco. É uma grande confusão, deliciosa. Margeada com café, pão e biscoitos... Ah, na foto,minha comparsa Denise.
Querida amiga, como sempre adorei conhecer mais um pouquinho do seu universo de criação e sonhos!! Tô aqui. BJS BJS Regina (daqui por diante... rê)
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirSomos senhoras do interior de Minas, que por sermos aposentadas e juntamente com várias outras voluntárias, confeccionamos cobertores em crochê, com restos de tapeçaria de uma fábrica em São Paulo, onde não temos mais acesso, pois a senhora que os conseguia adoeceu e não temos mais como saber onde é.
São cobertores que ficam todos coloridos pois são emendados os pedaços de fios que nos chegam, de todas as cores.
Temos até aquelas pessoas que só desenrolam os chumaços e enrolam os novelos.
Estamos muito tristes de não podermos mais esquentar as pessoas carentes nesta nossa cidade, que no inverno e muito fria.
Contando com a sua solidariedade e pensando que tão útil material é ás vezes jogado no lixo, me despeço,agradecida e esperançosa.
Abraços a todos e Deus lhes pague, já pela atenção.
Angela